domingo, 7 de fevereiro de 2010

Ao Contrário de Tudo

Numa das nossas aulas de Língua Portuguesa em que "Lemos por prazer", apreciámos o poema de Luísa Ducla Soares "Tudo ao contrário". Os alunos entusiasmados, no final da leitura, quiseram mostrar como também são capazes de brincar com as ideias e construíram textos engraçadíssimos.

Eis alguns exemplos:
Sou o Pedro Miguel
faço tudo de trás para a frente
penteio-me com o pastel
como com o rabo do pente.
Vou à missa de pijama
gosto de correr parado
vou de fato para a cama
jogo à bola sentado.
Caço coelhos no rio
vou à pesca de pistola
quando vou fazer magia
uso a cana e a sacola.
Bebo café de aperitivo
como sopa à sobremesa
tomo banho vestido
durmo em cima da mesa.
Pedro Silva
A menina do contra
fazia tudo à sua maneira
punha o bife na máquina de lavar
e as meias na frigideira.
Quando ia à praia
estava sempre a dançar
nadava na areia
e dormia no mar.
Patrícia Oliveira
Vou para a escola de noite
durmo de dia
se quero apagar uma coisa
uso uma afia.
De segunda a sexta-feira
é fim-de-semana prolongado
no sábado e no domingo
é trabalho forçado.
Como em cadeiras
bebo nos pratos
calço a roupa
e visto os sapatos.
Como sopa de manhã
ao meio dia cereais
ao jantar tomo leite
e à meia-noite vegetais.
Augusto Pinto
O menino do contra
queria tudo ao contrário
guardava o cão na gaiola
pela trela passeava o canário.
Quando batiam à porta
ele abria a janela
fazia a sopa no banco
e sentava-se na panela.
Dormia na banheira
na cama tomava banho
lia as notícias no lenço
no jornal limpava o ranho.
Vítor Pereira

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